domingo, 25 de abril de 2010

Manoel de Barros

             

“Tudo que não invento é falso.

Eu não penso. Eu dispenso.

Vejo rumores de sol na palavra pássaro.

O mato seria a natureza vegetal, pedral, fluvial, brejo de aves e de rãs? Se for isso o mato me ensinou mais. O mato e suas águas, o mato e seu chão, o mato e seus ínfimos personagens – essa natureza atrai mais as minhas palavras. Essa natureza, o mato, o chão – eles fertilizam meus verbos e meus substantivos melhormente. A natureza me ensina melhor as bobagens profundas sobre o ser humano.

Tal como os pássaros e as crianças que estão borrando para destinação.

O utilitário não dá poesia. Bonito é o desnecessário.”

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